sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Isadora Faber e seu "Diário de Classe"


Uma menina de 13 anos vem dando o que falar no Brasil inteiro e tem sido um assunto bastante comentado nas redes sociais e na imprensa. Tudo começou em Florianópolis, no estado de Santa Catarina. Estudante de uma escola da rede pública de ensino, a jovem Isadora Faber conheceu há alguns meses atrás o blog de uma menina da Escócia que, todos os dias, postava fotos de sua merenda escolar de péssima qualidade, atraindo a atenção de milhões de pessoas para o problema. Era a inspiração que ela precisava para criar um meio de denunciar os problemas de infraestrutura e ensino da escola em que estuda na capital catarinense.

Assim, no dia 11 de junho deste ano, Isadora criou a página Diário de Classe no Facebook, onde postava regularmente fotos de salas de aula sem professores, bebedouros quebrados, ventiladores e interruptores com fiação exposta, cadeiras danificadas, portas sem fechadura, banheiros depredados e vários outros problemas na escola municipal Maria Tomázia Coelho. A história ganhou dimensão e hoje a fanpage tem mais de 193 mil seguidores, para surpresa da criadora que pensava que o “Diário de Classe” não passaria dos 100 fãs.

Essa viralização assustou não só a aluna, mas também seus colegas de classe, professores, funcionários da escola e o próprio governo. Mas, com a pressão popular, aos poucos, os problemas na infraestrutura da escola vêm sendo resolvidos: essa semana Isadora publicou fotos do bebedouro novo funcionando, da reforma no banheiro, da porta consertada, dentre outras. Inclusive, um professor de Matemática que foi criticado pela aluna por não dar a matéria de forma adequada foi afastado da escola nesta quinta-feira, dia 30 de agosto.

Os educadores dizem que se sentem "acuados" com a dimensão do episódio. O afastamento do professor de Matemática causou o descontentamento da classe. O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) divulgou uma nota com críticas à repercussão do caso. Eles consideram que todas os educandários enfrentam problemas similares aos denunciados pela aluna, e isso não interferiria no trabalho dos servidores.

De heroína à vilã, Isadora passou de ícone nas redes sociais para a “dedo-duro” da escola. Passou a sofrer discriminação e pressão por parte de funcionários e dos próprios colegas de classe, que não entenderam a boa intenção da jovem. O que era para ser um canal para melhorar a qualidade do ensino público no país, virou uma dor de cabeça para a menina. Entretanto, o apoio na internet só aumenta. São milhares de pessoas do Brasil inteiro apoiando a atitude de Isadora, o que a encoraja a continuar com a página, apesar de toda represália que vem sofrendo no colégio.

Como diz a própria descrição feita pela menina na polêmica fanpage, “Estou fazendo essa página sozinha, para mostrar a verdade sobre as escolas públicas. Quero melhor não só pra mim, mas pra todos”. Isadora está mostrando para o mundo que, mesmo com apenas 13 anos de idade, é possível lutar desde cedo por um país melhor.

Um comentário:

  1. No limiar de sua vida a menina mostra para todos, com coragem e disposição. È preciso que todos nós, independente de idade ou classe social, façamos o mesmo. Mostrar aonde estão os erros, as falhas para aprimorarmos cada vez as condições de vida e sobrevivência do nosso povo, seja na Educação, ou na Saúde. Reflitam bem e comecem a lutar para termos dias melhores.

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