“Ah que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais...” (Casimiro de Abreu).
Hoje, dia 30 de janeiro, é comemorado no Brasil o Dia da Saudade e o Dia das Histórias em Quadrinho, aquelas que aparecem nos gibis e que marcam a infância de milhares de crianças no mundo todo. Saudade, infância, histórias em quadrinho...Tudo a ver não é? Vamos entender um pouquinho sobre como nasceram os quadrinhos e como eles se tornaram o sucesso que são hoje.
Oficialmente, o personagem Yellow Kid (Menino Amarelo), de Richard Felton Outcault é considerado o primeiro personagem de histórias em quadrinhos no formato impresso, com a presença de balões de fala do personagem (que passa a ter voz própria), imagens e uma seqüência de acontecimentos. Ele nasceu 1895 e até o século XIX houve uma predominância nos jornais e revistas de quadrinhos em formato de caricaturas, charges e tiras diárias de humor voltadas para o grande público. Já no século XX, houve uma maior diversificação dos quadrinhos quanto ao segmento e ao público específico. Apareceram histórias relacionadas à fantasia, aventura e ficção científica. Na década de 1930 surgiram os gibis: revistas em formato tablóide destinadas apenas à histórias em quadrinhos. A partir daquele momento, os super-heróis e a popularização dos gibis tornaram essa linguagem uma das mais atraentes e importantes para a cultura jovem. Surgem personagens como o Super-Homem, a Mulher-Maravilha, o Homem-Aranha, o Charlie Brown e etc.
No Japão, o sucesso é mérito dos chamados “Mangás”, as revistas ilustradas japonesas destinadas às histórias em quadrinho de personagens como: Akira, Os Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball Z, Astro Boy, etc. Os mangás se tornaram sucesso não só no mundo oriental, mas também no mundo ocidental em países como Estados Unidos e Brasil.
No Brasil, os quadrinhos nasceram no final do século XIX, adotando um estilo de humor satírico com charges e caricaturas. Na virada dos anos 50 para os 60, Maurício de Sousa começou a criar uma série de personagens que virariam sucesso nacional. A “Turma da Mônica” nasceu com Franjinha e seu cachorrinho Bidu em tiras publicadas na “Folha de São Paulo”, em 1959. Nas décadas seguintes, Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, Chico Bento e toda a turma ganhariam seus próprios gibis. O sucesso dos personagens e das histórias fizeram de Maurício de Sousa um dos grandes nomes dos quadrinhos internacionais. Em agosto de 2008 foi lançada a revista “Turma da Mônica Jovem” - versão adolescente da turma em estilo mangá. Além disso, a Turma da Mônica tem gibis e outros produtos licenciados em mais de 40 países, com 14 idiomas. Outro grande sucesso dos quadrinhos brasileiros é o cartunista Ziraldo, criador do famoso personagem “Menino Maluquinho” e da “Turma do Pererê”.
Hoje, os desenhistas brasileiros buscam realizar uma mistura do formato comics super-herói norte-americano e dos mangás japoneses, que tanto estão fazendo sucesso no país. O formato “tira” é adotado no Brasil e é o único estilo que desenvolveu um conjunto de características profundamente nacionais, apesar de não ter nascido aqui. Na década de 1960, com a Ditadura Militar no poder no Brasil, jornais como “O Pasquim” travaram uma espécie de “guerra fria” com o governo atacando-os em dezenas de charges publicadas nas páginas do periódico.
Alguns dos maiores criadores de quadrinhos do mundo são: Stan Lee (criador de uma legião de super-heróis como o Homem-aranha, X-man, Hulk, Demolidor e o Homem de Ferro), Walt Disney (criou grandes personagens como Mickey Mouse, Pato Donald e Pateta), Bill Watterson (produziu as historinhas de "Calvin & Haroldo"), Bob Kane (que criou o Batman), Charles Schulz (criador dos personagens “Charlie Bown” e “Snoop”), Frank Miller (criador de “Elektra”), Jerry Siegel e Joe Shuster (dupla que criou o “Super Homem” em 1938), Quino (idealizador da personagem-crítica “Mafalda”) e os brasileiros Maurício de Sousa (criador de todos os personagens da Turma da Mônica) e Ziraldo (pai do famoso “Menino Maluquinho”).
Que tal ir à banca de jornal mais próxima e comprar um gibi novinho para comemorar o dia de hoje, hein internauta?!
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