segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O que os olhos não vêem o coração sente, sim. - Dia Nacional do Cego


"Os homens fariam maiores coisas, se não julgassem tantas coisas impossíveis." (Malesherbes)

Algumas coisas são tão naturais que nem nos damos conta da importância de tê-las, como por exemplo, a visão. Sentido responsável por 80% das informações recebidas pelo cérebro, através dela podemos enxergar as pessoas, objetos e lugares, ler, assistir TV etc., porém ela não é perfeita para todos. 


Cerca de 180 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com algum tipo de deficiência visual e dão um novo sentido ao que entendemos por “ver”. Para essas pessoas, a percepção das coisas e do mundo não vem da visão, mas de todos os outros sentidos. A leitura vem do toque e a audição dá o senso de direção; ou seja, os outros quatro sentidos se desenvolvem, dando a eles uma sensibilidade maior e recursos para suprir a falta da visão.

E para quem pensa que o deficiente se priva de muitas coisas, fique sabendo que, para muitos deles, o céu é o limite! A seleção brasileira de futebol para cegos é a prova disso. Em 2004, eles conseguiram um feito que nem a seleção tradicional tem em seu currículo: dois títulos olímpicos, conquistados nas Paraolimpíadas de Atenas e de Pequim. Já no Mundial de Futebol de Cinco para Cegos, o tricampeonato chegou em agosto deste ano.  

O chamado futebol de cinco é uma forma adaptada do futsal para que os deficientes visuais possam praticar o esporte. Os times têm 4 jogadores de linha cegos que jogam com vendas, para que os jogadores com cegueira parcial não se beneficiem; já os goleiros enxergam normalmente. Eles também usam um “chamador”, que é um membro do time que orienta os jogadores de ataque. A bola tem guizos para que eles possam localizá-la a partir do som emitido. As partidas oficiais têm dois tempos de 25 minutos, com 10 minutos de intervalo.


Pensando em incentivar a igualdade e deixar de lado o preconceito e a discriminação, há quase 40 anos, o então presidente João Goulart criou o Dia Nacional do Cego, comemorado hoje, dia 13 de dezembro! Uma bela homenagem a essas pessoas que superam os obstáculos a cada dia.

 Para não errar ou ficar em uma situação constrangedora, veja umas dicas de como tratá-los corretamente:

- Ofereça ajuda a um cego quando achar que ele precisa, mas não sem que ele concorde,  pois nem sempre eles precisam ser ajudados;
- Quando for falar com alguém que seja cego use o tom de voz normal dirigindo-se diretamente a ele, não através de seu acompanhante. Toque no seu braço ou ombro para saiba que está falando com ele;
- Ao guiar uma pessoa cega, segure-a pelo braço, de preferência no cotovelo ou no ombro e vá orientando-a em relação a degraus, buracos e outros obstáculos;
- Ao explicar direções, seja claro e específico. Se possível, indique as distâncias em metros e não se esqueça de dizer os obstáculos que existem pelo caminho;
- Não exclua as pessoas com deficiência visual das atividades normais. Elas mesmas devem decidir se querem participar e como vão fazer algo;
- Não deixe de falar sempre que entrar ou sai de um ambiente onde haja uma pessoa cega, isso auxilia a identificá-lo e impede que ele fique falando sozinho;
- Fique à vontade para usar palavras como "veja" e "olhe". As pessoas cegas também as usam normalmente;
- Se houver algo errado com o vestuário, cabelo etc. de uma pessoa cega, não se constranja em avisar. Ela ficará agradecida.
- Se em alguma situação você não souber como agir, pergunte ao portador da deficiência como proceder;
- Lembre-se que as pessoas cegas ou com algum tipo de deficiência visual são como você, só que não enxergam, por isso, acima de tudo, trate-as com respeito.

Que tal conhecer o trabalho de algumas instituições dedicadas aos deficientes visuais? Saiba mais sobre a Laramara - Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual - e sobre o Instituto Benjamin Constant.

Visite os websites dessas instituições:
Laramara
Instituto Benjamin Constant



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