Philip Miha e Fernanda Teixeira |
O zouk é um gênero musical originário das Antilhas Francesas (especialmente de Martinica). Ele chegou no Brasil se adaptando a uma antiga conhecida nossa, que fez um enorme sucesso aqui na década de 1980 e 1990: a lambada. Ela é resultado da fusão do carimbó paraense com ritmos importados da América Central, como a cumbia, o mambo e o merengue. Dançada nos forrós desde a década de 1950, a lambada só estourou efetivamente na década de 1980 no Brasil. De Porto Seguro, na Bahia, ela se espalhou para as principais capitais do país, como São Paulo e Rio de Janeiro. Novelas como Rainha da Sucata ajudaram a disseminar e popularizar o ritmo, que caiu definitivamente no gosto do público. Surgiram até escolas de dança voltadas exclusivamente para a lambada, as lambaterias, além dos inúmeros concursos espalhados pelo mundo no final de década de 80.
Com a saturação e decadência do ritmo na década de 1990, as bandas e músicas desse estilo tornaram-se cada vez mais raras. Os lambadeiros então precisaram procurar outros ritmos como alternativa para continuar a dança. A solução foi encontrada nos ritmos caribenhos, especialmente nas ilhas colonizadas pelos franceses. Daí a denominação “lambada francesa” para esses ritmos, especialmente para o zouk, que se tornou o mais popular deles.
O zouk chegou derivando da lambada, mas apresenta algumas características bem diferentes. Os movimentos zouk são mais leves, lânguidos e sensuais que os da lambada, além de apresentarem um andamento menos rápido e frenético. Na realidade, o zouk brasileiro é uma mistura de ritmos e adaptação de passos para se adequar à nossa realidade. Alguns passos são oriundos da lambada, outros da salsa, soltinho, forró, maxixe etc. O passo básico (para frente e para trás), o lateral (ou corredor), o bônus e o cambret são os principais movimentos do zouk. É bom que se registre, entretanto, que o zouk dançado em sua terra natal é diferente e não se assemelha à forma brasileira de dançar. O brasileiro pode ser dançado com diversos ritmos: kizomba, tarraxinha, cabolove, cabozouk, Zouk R&B, hip-hop, reggaetón e todos os ritmos que tenham a batida forte no terceiro tempo da música. Em outros países como Angola, Cabo Verde, Haiti, Moçambique e Portugal, a dança é conhecida como Zouk Love ou Kizomba e a forma de dançar é bastante diferente da nossa, bem mais lenta. Os movimentos entre os parceiros também são bastante diferentes.
Dentro do zouk brasileiro, existem ainda diferentes estilos, como o tradicional, o flow, soulzouk, o neozouk e o lambazouk, que apresentam algumas variações de movimentos. Alguns dos profissionais mais conhecidos são Adílio Porto, Renata Peçanha, Arkkanjo, China, Mafie Zouker, Philip Miha, Rodrigo Delano, Renato Veronezi, Alex de Carvalho, Lídio Freitas e Jorge Peres, dentre outros.
Devido ao sucesso do zouk, tem crescido a cada dia o número de eventos relacionados a esse ritmo, inclusive, com DJ's especializados, como Arkkanjo (RJ), Mafie Zouker (RJ), Daniel LowRider (RJ), Ti Master (RJ), Israel Szerman (DF), K-Yo (Brasília), Allan Z (SP), dentre outros.
Confira abaixo alguns vídeos das diferentes formas de dançar:
Renata Peçanha e Jorge Peres
Mafie Zouker e Evelyn Magyari
Renato Veronezi e Babi Pacheco
Se você se animou e quer aprender a dançar esse ritmo tão badalado, procure uma escola de dança e inscreva-se em uma aula de zouk. Não tem como não se apaixonar! Rico em movimentos leves, sensuais e femininos, o zouk além de charmoso é uma ótima pedida para manter a forma, já que trabalha com inúmeros músculos do corpo. Além disso, ele é um ótimo exercício para melhorar a elasticidade e o alongamento corporal.
Se joga no zouk! =)
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