segunda-feira, 12 de novembro de 2012
12 de novembro: Dia Mundial do Hip Hop
Hoje, dia 12 de novembro, é comemorado o Dia Internacional do Hip Hop.
A cultura hip-hop nasceu por volta da década de 1970, nas áreas centrais de comunidades jamaicanas, latinas e africanas da cidade de Nova York. Nesses guetos, indivíduos enfrentavam diversos problemas de ordem social como pobreza, violência, racismo, tráfico de drogas, carência de infraestrutura e educação, dentre outros. Neste contexto surgiu o hip-hop. As gangues encontraram nesse movimento uma maneira de canalizar a violência e competir não mais com armas, mas agora com passos de dança e música. Afrika Bambaataa, reconhecido como o criador oficial do movimento, estabeleceu quatro pilares essenciais na cultura hip-hop: o rap, o DJing, a breakdance e a escrita do grafite.
O rap é um ritmo musical bastante influenciador dessa cultura, que possui características peculiares como a questão das rimas e do ritmo. O rap, na maioria das vezes, é feito sem acompanhamento de nenhum instrumento, ou pode contar apenas com a presença de um DJ mixer. Sua letra costuma ser bem crítica e questionadora, sendo comum o uso de palavrões. O MC (mestre de cerimônia) é o porta-voz que relata, através de articulações de rimas, os problemas, carências e experiências dos guetos. Ele não apenas descreve, mas também lança mensagens de alerta e orientação que visam conscientizar as pessoas.
O DJ é o operador de discos, que faz bases e colagens rítmicas sobre as quais se articulam os outros elementos, como a voz do rapper. Já o breakbeat é a criação de uma batida em cima de composições já existentes, uma espécie de loop. Seu criador, DJ Kool Herc, desenvolveu esta técnica possibilitando B.Boys a dançarem e MCs a cantarem. O breakdance é a dança que acompanha o ritmo do hip-hop, inspirada em movimentos de guerra e muita improvisação. Já o termo beatbox refere-se a percussão vocal e consiste na arte de reproduzir sons de bateria e efeitos de mixagem com a voz, boca e cavidade nasal. Muitos autores consideram o rapper norte-americano Doug E. Fresh como o grande pioneiro dessa arte.
A relação entre o grafite e a cultura hip-hop surgiu quando novas formas de pintura foram sendo realizadas em áreas onde a prática dos outros três pilares do movimento eram frequentes. Normalmente, suas mensagens são críticas e fazem alusão à realidade vivida pelas comunidades carentes. Este tipo de expressão plástica nasceu com desenhos de spray em paredes e muros da cidade, sendo considerada por muitos como um ato de vandalismo. Uma das principais marcas da cultura hip-hop, o grafite hoje vem sendo reconhecido e valorizado como expressão de arte, podendo ser visto até em galerias de arte.
Já no Brasil, o berço do hip-hop é São Paulo, onde surgiu com força nos anos 1980, dos tradicionais encontros na rua 24 de Maio e no Metrô São Bento, de onde saíram muitos artistas reconhecidos como Thaíde, DJ Hum, Styllo Selvagem, Região Abissal, Sérgio Riky, Defh Paul, Mc Jack, Racionais MC's, Doctor MC's, Shary Laine, Rappin Hood etc.
Conhecido como um estilo de vida, o hip-hop possui como uma de suas maiores características a multidimensionalidade. Um conjunto de dança, ritmo, música, poesia e arte, ele jamais poderia ser compreendido sem considerarmos a questão política e social em que surgiu e no qual se embasa até hoje. E é este contexto social que dá sentido à performance.
Esta semana, várias cidades do Brasil irão promover eventos para comemorar o Dia Mundial do Hip-Hop. Fique ligado na programação! =)
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