terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Manifestações populares via mídias sociais podem ficar mais frequentes.


Desde 25 de janeiro, o Egito vem vivendo dias conturbados. A população local tomou as ruas em uma onda de manifestações civis para derrubar Hosni Mubarak, ditador que governou o país por 30 anos.

Dias depois do início da mobilização, o Governo desconectou todo o país da rede mundial de internet. A decisão foi tomada com o objetivo de censurar o conteúdo online e impedir que a oposição organizasse os protesto – o que acontecia principalmente através do Facebook, do Twitter, do YouTube e até do Google Docs. Sua concretização não teve muita dificuldade, já que o Egito possui apenas 6 provedores internacionais, num total de 3.500 redes, bastando apenas alguns telefonemas e um pedido oficial do Governo para que isso acontecesse.

Após toda essa confusão, não poderíamos deixar de perguntar em nossa última enquete:

“O bloqueio da internet no Egito tem causado grande repercussão mundial. Qual sua opinião sobre o uso de mídias sociais para manifestações populares ?”

- 404 (39,69%) É uma tendência. A internet une pessoas com o mesmo ideal e dá visibilidade a questões importantes.
- 314 (30,84%) Acho duvidoso. Isso pode ser usado tanto para o bem, quanto para disseminar preconceito, racismo etc.
- 181 (17,78%) Pode funcionar se houver uma organização eficiente, pois a internet segmenta muito os grupos.
- 119 (11,69%) As pessoas costumam falar muito e não fazer nada, e na internet não é diferente.

Com um total de 1018 votos, mais de 70% dos participantes assumem o poder que a internet e as redes sociais possuem em unir pessoas. Ainda assim, 30,84% delas vêem a rede como uma ferramenta dúbia, já que ela pode ser usada tanto para o bem, como para causas discriminatórias, ilegais e outras, em geral, condenáveis. Já o restante dos votantes, que somam quase 30%, duvida da eficiência do uso da internet com esse objetivo, seja pelo fato de a organização online ser prejudicada pela segmentação dos grupos, ou pela própria postura das pessoas, que costumam falar muito na internet, mas não fazem nada na “vida real”.


Caio Túlia Costa, jornalista e especialista em novas mídias, mostrou um discurso alinhado à parcela dos 70%, quando afirmou, durante o Social Media Week São Paulo 2011 (evento que ocorreu semana passada, onde profissionais puderam discutir sobre o presente e o futuro das mídias sociais), que “A causa pode juntar as pessoas fisicamente e virtualmente”.


Apesar disso, há ainda outra parte dos especialistas que questionam até que ponto vai esse poder atribuído a internet. Ao afirmar que “Hashtags* não derrubam governos”, eles põem em xeque o ideal democrático que a maioria confere à rede. Usando exemplos de países como China, Irã e Síria, mostram que um governo autoritário não precisa bloquear a internet para exercer censura sobre ela. Quando em 2009, a Google foi forçada a filtrar os resultados de busca na China, o Governo encontrou na autocensura a saída que precisava para impedir o acesso ao conteúdo que não era de seu interesse, sem que sofresse grandes pressões sociais e políticas.

Talvez por isso a decisão do bloqueio no Egito tenha se mostrado ineficiente e não impediu que cerca de 2 milhões de pessoas se reunissem na Praça Tahrir, no dia 1º de fevereiro, para exigir a saída de Mubarak. O episódio já conhecido como “Marcha de um Milhão” pressionou o Governo e conseguiu fazer com que, no dia 11 de fevereiro, Hosni Mubarak renunciasse ao cargo de presidente, que foi assumido pelo recém-nomeado vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, responsável pelo anúncio oficial da notícia. 

Ainda falando sobre redes sociais, na nova enquete queremos saber: Você se considera viciado nos jogos dessas redes, como Colheita Feliz, FarmVille, Mafia Wars etc? Vote aqui!

* Hashtag é o símbolo - # - seguido por uma palavra ou expressão, que pode ser utilizada para transmitir uma mensagem a um grupo específico de pessoas.

[Fontes: WikipediaG1Tiago DóriaBlog MidiaG1]

Nenhum comentário:

Postar um comentário