terça-feira, 11 de março de 2008

Que língua você fala?

Sinceramente, eu sempre achei que o meu idioma pater era o português e, da mesma forma, acreditava que dominava a minha língua. Mas, já há alguns anos, comecei a duvidar da minha própria capacidade de comunicação.

Desde o meu primeiro contato com os meios de comunicação virtuais, e-mails, chats e SMS, estranho a linguagem cifrada e muitas vezes criminosa com as palavras da língua portuguesa. Digo criminosa, porque é um verdadeiro assassinato do nosso idioma. Abreviações básicas como vc ou pq, são até aceitáveis, agora o que é “naum”?

Quando li isto pela primeira vez, acho que foi no ICQ (olha como faz tempo!), demorei a entender a mensagem que me passavam. Até concluir que aquilo era um “Não”, levou tempo e, confesso, até hoje quando leio coisas assim me dá até um arrepio.

Já me disseram que isto é para agilizar a comunicação escrita. Não me convenci. Auto lá: naum tem o mesmo número de caracteres que não! Então, qual a vantagem? Tem recados que eu simplesmente não consigo ler. Preciso de tecla SAP.

Muita gente já fez matéria sobre este assunto e vários estudiosos têm explicações para este fenômeno alegando que, entre outras coisas, isso é uma evolução da língua. Não sou purista e muito menos contra a evolução e inovação de qualquer coisa. Português nem era minha matéria preferida na escola. Mas, acredito que devemos ter um pouco de cuidado com as mudanças que promovemos. Para não virar uma língua morta é preciso que ela se atualize. Ok! Porém, do jeito que está, o português vai acabar morrendo de tanta atualização e vai virar “internetês”.

Para um jovem ou adulto que já tenha absorvido as formas corretas de escrita, esta evolução não é de todo nociva, já que visa agilizar mesmo o envio de uma mensagem. Mas, quando o assunto é uma criança que mal acabou de ser alfabetizada, isto preocupa.

Outro dia estava lendo um texto da minha afilhada de 11 anos. A idéia do texto não estava ruim, mas em termos de pontuação e grafia (e até de coerência em alguns momentos) a coisa me assustou.

É fato que muitas novidades no quesito “formas de comunicar” ainda estão por vir e é algo que não temos como, e nem devemos, barrar. Só que o exagero nunca é bom.

Aliás, esta preocupação é um fenômeno mundial. O que despertou minha vontade de falar sobre isto, foi uma matéria que li do NY Times que saiu no UOL falando exatamente sobre as mudanças de comportamento da juventude com a chegada do SMS. Não só no que toca a maior privacidade dos adolescentes, quanto a forma de escrita. A matéria é bem legal. Se você quiser dar uma conferida, clique aqui. (Obs.: Talvez você precise ser assinante do UOL para ler esta matéria.)

E você, se sente incomodado com a forma de escrita virtual? Deixe aqui sua opinião sobre o assunto.

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